O Coletivo de palhaços Anarko-Clowns, advindos de experiências artísticas
diversas, vai ao Espaço Cultural 512 apresentar o “Circo Pocket Show Picadeiro”,
espetáculo noturno composto por performances, esquetes e cenas de curta duração.
O ambiente noturno da boêmia é o cenário em que se passa este espetáculo e os
personagens que protagonizam as cenas são palhaços que representam os arquétipos/estereótipos
desse ambiente através de situações clássicas da noite. O roteiro é concebido a partir de improvisações baseadas em fatos que
ocorrem nos bares da noite, situações preconcebidas e outras destacadas pela
observação dos atores em saídas de campo.
A concepção deste trabalho prima pela simplicidade, realçando a imaginação,
as propostas e soluções criativas oriundas do jogo teatral dentro da técnica do
palhaço, a visão de mundo e a maneira de fazer as coisas a partir da lógica
absurda, fantasiosa e ingênua dos palhaços, tendo como eixo principal a atuação
e virtuosismo dos artistas.
O coletivo pretende resgatar a função
social do palhaço, de relativizar as normas e verdades estabelecidas pelo nosso
tempo, expondo as fragilidades e as contradições do ser humano. O palhaço não
se condiciona aos conceitos e concepções dados pela nossa realidade e cultura.
Está apto e sedento para descobrir e revelar o mundo, as coisas e as relações a
cada momento. Por essa razão chega a provocar o riso, à medida que pode
“reverter valores e padrões sociais”, trabalhando com a quebra e a ruptura do
que já está condicionado, fazendo cair as máscaras sociais, revelando o humano.
E nesse sentido, o palhaço além de fazer rir, ‘aperta o coração’ da platéia,
conectando o espectador com sentimentos de compaixão, solidariedade, com a
ingenuidade e a pureza de cada um. Federico Fellini (1983) diz que: “O clown representa uma situação de
desnível, de inadequação do homem frente à vida. Através dele exorcizamos a
nossa impotência, as nossas contradições e principalmente a luta ridícula e
desproporcional contra os fantasmas de nosso egoísmo, de nossa vaidade e da
nossa ilusão”.
Com humor ácido e sarcástico, de conteúdo reflexivo, o conjunto de cenas
descrito abaixo constitui nosso espetáculo; o qual consiste em intervenções e
jogos com o público. Chamamos de Pocket Show, por não utilizarmos grandes
cenários, nem necessitarmos de grande espaço para sua realização. Sendo assim, o público presenciará ao longo do
domingo no bar, cenas individuais, em duplas, trios, quartetos e o quinteto
todo reunido, com intervalos entre as cenas.
As diferentes experiências culturais dos individuos do grupo trazem
influências e teorias que compõem e enriquecem o trabalho. Nos orientam no
campo teórico: Jacques Lecoq, Philipe Gaulier, Dario Fo, Jesus Jara, Henri
Bergson, Bertold Brecht. No campo prático: Jango Edwards, Carlitos, Chacovach,
Victor Avalos “Tomate” .
O quê: Circo Pocket Show;
Quando: 17/06 às 19h;
Onde: Espaço Cultural 512 - Rua João Alfredo, 512
Quanto: R$5